O 26 de novembro de 2013 o
Conselho de Estado, o mais alto órgão judicial colombiano, proibiu ao cientista
Manuel Elkin Patarroyo, criador da primeira vacina contra a malária, o uso de
macacos Aotus para a realização de
testes biomédicos necessários para determinar a eficácia do vacinas desenvolvidas
no Instituto que ele dirige, a Fundação Instituto de Imunologia da Colômbia,
FIDIC.
Posteriormente, em 12 de
dezembro de 2014, o Conselho de Estado revogou a sua própria decisão judicial,
com base em um estudo desenvolvido em conjunto pelo Fundo Nacional do Meio
Ambiente, Fonam, o Instituto de Genética da Universidade Nacional da Colômbia, IGUN,
a Corporação para o Desenvolvimento Sustentável da Amazônia Sul, Corpoamazonia,
e do Instituto da Amazônia de Investigação Científica, SINCHI, que mostrou que
os macacos que os queixosos disseram que foram traficados do Brasil e do Peru, também existem há muito tempo na Colômbia. Mas
a alegria durou pouco, agora eles, os queixosos, dizem que os macacos são uma
espécie em perigo de extinção. Sempre haverá um novo argumento para obstruir o
trabalho de Patarroyo e seu grupo de pesquisadores.
A segunda decisão judicial requer
a Corpoamazonia para que dentro de 30 dias determine-se se o FIDIC atendeu às
exigências para a autorização e levanta automaticamente a suspensão imposta
anteriormente. Obedecendo a ordem do Conselho de Estado, Corpoamazonia emitiu
uma resolução, No. 0626 de Maio de 2015, em que comunica-se lhe ao cientista que pode reutilizar os macacos e também
enviaram os termos de referência que devem ser cumpridas a fim de usar macacos Aotus. É aqui aqui onde os problemas que o investigador
acreditava superar surgem novamente.
Corpoamazonia pede, por
exemplo, realizar o "georreferenciamento
do local de captura no sistema de coordenadas geográficas em Magna SIRGAS.
(Quadro de Referência Geocêntrico Nacional)" o que significa que cada
coletor, geralmente um nativo da região, teria de transportar e usar um GPS
para dar a localização exata em áreas de 100 km2, zonas em
que é permitido para ele capturar um número de macacos.
“Não contemplar o lançamento de indivíduos submetidos a investigação biomédica volta à vida selvagem”. Isto implica sacrificar ou mantê-los em cativeiro pelo resto de suas vidas, variando de 12 a 25 anos. Os macacos utilizados pela FIDIC foram reintroduzidos ao seu habitat natural com sucesso e em boas condições, tal como foi reconhecido pelo Instituto SINCHI, cujos peritos fizeram uma avaliação.
Mas o que é verdadeiramente
ridículo é a exigência de obter amostras de tecido de alguns indivíduos para a
identificação molecular para confirmar a presença das espécies permitidas na
licença, o que significa carregar equipamento altamente especializado para
realizar testes de DNA na íntegra selva. Não é um erro de redacção ou de
interpretação: "Corpoamazonia, em
cada local de colheita, antes da extracção, e simultaneamente com a estimativa de
densidade, é necessário obter amostras de tecido de alguns indivíduos para a
identificação molecular (determinação do taxon a través de testes de DNA) para
verificar a presença das espécies permitidas na licença”, diz o documento.
Definir condições que eles
próprios não pudessem atender é uma outra maneira de perpetuar a sanção; e
igual que desobedecer o Conselho de Estado colombiano que está tentando facilitar
a pesquisa para o desenvolvimento de vacinas na Colômbia. Uma explicação sobre
as razões técnicas que tem Corpoamazonia para formular estas demandas seria
muito útil para Patarroyo e tuda a comunidade científica colombiana. Também
servem para dissipar qualquer suspeita sobre a intenção de tais exigências
estranhas.
Fernando Márquez
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